“Retirar animais das ruas não resolve o problema, na verdade piora, pois os cães são territorialistas e formam matilhas, quanto mais cães são retirados, mais espaço e comida sobram, mais eles ficam fortes e mais se multiplicam. Segundo o OMS o ideal é retirar o animal, castrar e devolver ao local de origem, mantendo desta forma as matilhas, mas impedindo de forma inteligente sua multiplicação.” Feliciano Filho, deputado estadual.
Vejamos o que preconiza a Organização Mundial de Saúde, desde 1980:
"O extermínio de animais sadios é um método ineficaz e oneroso para os cofres públicos, conforme concluiu a Organização Mundial de Saúde (OMS) na década de 80. Em informe de 1992, a OMS declara que "a renovação das populações caninas é muito rápida e a taxa de sobrevivência delas se sobrepõe facilmente à taxa de eliminação (a mais elevada registrada até hoje gira em torno de 15% da população canina)". Em substituição a este método, a OMS recomenda como principal estratégia a vacinação sistemática nas áreas de risco de zoonoses e o controle populacional por meio de captura e esterilização, aliados à educação para a posse responsável de animais."
http://www.pea.org.br/crueldade/carrocinhas/
Portanto, nós brasileiros estamos a 30 anos desatualizados com o que determina a OMS. Na década em que matávamos, só na capital de SP, 230 mil animais por ano, esta prática já era condenada.
No CCZ de São Paulo, quando a lei estadual de autoria do deputado Feliciano Filho foi sancionada, a prática utilizada era a matança. Cerca de 80% dos veterinários que lá trabalhavam não queriam saber de tratar animais, pois é muito mais fácil matar. Hoje esse profissionais foram afastados.
Também por conta da referida lei houve uma mudança de paradigma. Agora cada vez mais as prefeituras do Estado se preocupam em promover campanhas de castração de animais e conscientização da população. Somente no município de São Paulo o número de castrações, disponibilizadas anualmente, gira em torno de 100 mil. O CCZ hoje tem outra visão em relação aos protetores dos animais, e locais com grande concentração de animais errantes. Com a proibição da prática da MATANÇA destes, hoje o órgão público cadastra protetores que levam seus animais para serem castrados de graça no mesmo, e promovem mutirões de castração em diversas localidades da cidade.
Mesmo assim, com o conhecimento de todas estas informações, alguns protetores de animais, ou pseudo protetores, acreditam que o melhor para os animais é a volta da matança. Essas pessoas insistem em divulgar que o sofrimento dos animais nas ruas dá se pela proibição a eutanásia. Hora, crueldade contra animais sempre existiu, cães pelas ruas sempre existiram, quem proporciona o sofrimento aos animais é o homem, então porque matá-los?
Mesmo quando se matava mais de 200 mil animais por ano o problema da população canina nunca foi controlado, os animais também sofriam pelas ruas, isso porque sua reposição é muito maior do que a capacidade de matá-los.
Segundo a OMS, uma cadela em 7 anos de vida, gera até 67 mil descendentes indiretos. Mais de seis mil animais por ano, o que prova que matar animais não resolve o problema.
Portanto, se o assunto é crueldade e maus tratos, o caminho é educação e punição. Se o assunto é controle populacional, o caminho é castração. Não sou eu quem digo, é a ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE.
Me envergonho profundamente de ver pessoas inseridas no movimento de proteção animal, que tem como principal atributo salvar vidas, preconizando a volta da matança de inocentes "para aliviar o seu sofrimento". Fora a vergonha, também me preocupo com os animais resgatados "em sofrimento" por essas pessoas, porque na minha opinião, eles estão correndo risco.