Eliane falou ainda de uma deficiência que está afetando o CCZ. O médico veterinário Paulo Lara deu os detalhes (leia mais nesta página). Míriam Miranda, presidente da ONG Vira Lata Vira Vida, comemorou a abertura que a Câmara deu para que o assunto fosse levado a público.“Isso traz à tona a questão dos maus-tratos e também da importância da punição”, destacou. “É importante sabermo como fazer denúncia, para onde levar os animais que são resgatados, de onde virá o recurso para a recuperação desse animal, porque vivemos de doações e é difícil assumirmos essa bandeira sozinhos”, acrescentou.
Míriam mostrou a foto de um cão atacado pela cinomose - ele não mantinha a parte de trás em pé - e que agora está andando normalmente. “Ele é o exemplo de que cinomose não é caso de sacrifício”.
EXEMPLOS.
O momento mais marcante do encontro de ontem, e que causou comoção no público, foi quando o deputado estadual Feliciano Nahimy Filho (PV), fundador da UPA (União Protetora dos Animais) de Campinas, mostrou imagens de maus tratos. Cães atropelados, amarrados ao relento, cavalos com patas quebradas, gatos com fraturas expostas e até um cão que quase foi sacrificado em ritual de magia negra.
O deputado disse que, em todos os casos que mostrou, os animais foram tratados e acompanhados por veterinários sem necessidade de sacrifício.
Não há vaga, avisam veterinários
A superlotação no Canil Municipal de Piracicaba fez com que os médicos veterinários não saíssem às ruas ontem para recolher cães ou gatos que necessitem de abrigo. A situação resultou num comunicado dos médicos à imprensa, explicando que não foi possível atender solicitações para recolhimento de cadelas paridas, ninhadas, animais atropelados e outros.
Segundo o veterinário Paulo Lara, ontem a unidade abrigava 46 animais, dos quais 22 eram filhotes, 10 cães adultos de médio porte, cinco de grande porte, oito filhotes de gatos e dois gatos adultos. “Se eu tiver cinco rottweiler num único canil, eles ocupam o espaço de 15 animais. Então, estamos dando prioridade para casos extremos”, afirmou.
Mesmo não tendo como recolher, o médico disse que, na medida do possível, tem ido aos locais onde há denúncia e encontrado alternativas que evitem ao máximo o recolhimento. “Procuramos ver de quem é o animal e, se encontramos o dono, conversamos no sentido de conscientizá-lo a cuidar melhor dele, porque não temos onde colocá-lo”.
A média mensal de solicitações, segundo ele, chega a 120, mas grande parte não dá para atender. “Os filhotes são os que mais exigem tempo da gente. Todos os dias tenho de medicar um a um”.
FUNCIONÁRIOS.
Segundo Paulo Lara, outro problema que atinge o Canil é a falta de médicos veterinários. Hoje são dois e a necessidade é de quatro profissionais. A ausência deles reduziu até a média de castrações - 230 ao mês - para 50.
As informações são de que, em breve, será nomeado mais um veterinário.
PRESENÇA
100 pessoas participaram da discussão sobre defesa aninal
Fonte: Gazeta de Piracicaba