LEISHMANIOSE VISCERAL NO BRASIL HOJE- SAIBA O TAMANHO DO PERIGO QUE NOS CERCA
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LEISHMANIOSE VISCERAL NO BRASIL HOJE- SAIBA O TAMANHO DO PERIGO QUE NOS CERCA


Em 2010, foram registrados 3.526 casos de LV em humanos no país e 219 mortes, segundo dados do Ministério da Saúde. A maior incidência é no Nordeste. A Organização Mundial de Saúde estima que a cada ano são detectados entre 1 e 2 milhões de casos no mundo.Como o próprio nome diz, esse tipo de leishmaniose atinge as vísceras. O parasita se aloja principalmente na medula, no baço e no fígado, e o paciente apresenta sintomas como febre, aumento do baço e do fígado, náuseas, vômitos, dor de cabeça e anemia. Como atinge órgãos vitais, a forma visceral pode levar à morte. Segundo o Ministério da Saúde, a taxa de mortalidade chega a 7%, ou seja, de cada 100 vítimas, sete morrem.
Trinta anos de urbanização da leishmaniose visceral no Brasil
Por SBMT
O processo de urbanização da leishmaniose visceral (LV) é uma das mais notáveis e intrigantes transformações epidemiológicas já registradas no Brasil. Em se tratando de um fenômeno gradual, a sua demarcação temporal não pode ser exata, mas já se vão trinta anos desde que as primeiras grandes epidemias urbanas de leishmaniose visceral foram registradas no país. A leishmaniose visceral, historicamente reconhecida como uma endemia rural, de ocorrência focal em paisagens denominadas de pé-de-serra e boqueirões, começa a invadir as grandes cidades brasileiras no início da década de 1980. Primeiramente são atingidas as cidades de Teresina/PI e São Luís/MA e a seguir a doença se dissemina para diferentes cidades do país como Santarém/PA, Natal/RN, Corumbá/MS, Montes Claros/MG, Belo Horizonte/MG, Campo Grande/MS, Aracaju/SE, Feira de Santana/BA, Araçatuba/SP, Bauru/SP, Imperatriz/MA, Palmas/TO, Fortaleza/CE entre outras. Recentemente casos autóctones foram detectados pela primeira vez no Rio Grande do Sul. 
O panorama epidemiológico não deixa dúvidas sobre a gravidade da situação e a franca expansão geográfica da LV. De 1980 a 2008, foram notificados mais de 70 mil casos de LV no país, levando mais de 3.800 pessoas à morte. O número médio de casos registrados anualmente cresceu de 1.601 (1985-1989) para cerca de 3.800 (2005-2008). Na década de 1990, apenas 10% dos casos do país ocorriam fora da Região Nordeste, mas desde 2007, esta cifra se estabilizou em torno dos 50% dos casos. Entre os anos de 2007 e 2010, a transmissão autóctone da LV foi registrada em mais de 1.300 municípios em 25 Unidades Federadas. 
Os motivos que levaram à urbanização da LV são ainda pouco conhecidos, mas as transformações ambientais associadas a movimentos migratórios e à ocupação urbana não planejada, as condições precárias de saneamento e habitação nas periferias destas cidades e a desnutrição são alguns dos muitos fatores implicados neste fenômeno. O fato é que a introdução da LV nas grandes cidades configura uma realidade epidemiológica diversa daquela previamente conhecida, requerendo uma nova racionalidade para os sistemas de vigilância e de controle.
O Programa Nacional de Controle da LV no Brasil baseia sua estratégia em três medidas básicas, sendo que a primeira delas tem caráter eminentemente curativo: (1) detecção e tratamento de casos humanos, (2) controle dos reservatórios domésticos, e (3) controle de vetores. Entretanto, após anos de investimento, nota-se que estas medidas não lograram êxito em interromper o processo de expansão geográfica da LV no país. São muitas as possíveis explicações específicas para o relativo fracasso destas ações, mas a base é uma só: não se detém hoje ferramentas reconhecidamente efetivas para eliminar a LV como problemas de Saúde Pública, particularmente em regiões como o Brasil, onde a ciclo de transmissão é pelo menos majoritariamente zoonótico.
São muitos os desafios que a introdução, disseminação e manutenção da LV em meio urbano traz para a comunidade científica e de profissionais de saúde. Há ainda imensas lacunas no conhecimento sobre a LV. O desenvolvimento de novas drogas, regimes terapêuticos e protocolos de manejo clínico, assim como a produção e validação de novos testes diagnósticos devem ser priorizados. Estudos de efetividade das ações de controle devem ser sustentados em bases metodológicas sólidas e pesquisas para solucionar os entraves operacionais na implementação das ações de prevenção devem ser estimuladas. Investigações que levem a vacinas efetivas para proteger o indivíduo e diminuir a transmissão também devem ser fomentadas.  Entretanto, mais do que a produção científica em si, é necessário um compromisso social de todos para evitar que a LV se estabeleça definitivamente como mais uma mazela sanitária do cotidiano urbano brasileiro.

Autor: Guilherme Loureiro Werneck
Médico, Doutor em Saúde Pública Tropical pela Harvard University
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Você pode se interessar por saber mais sobre a LV Canina. Leia AQUI
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