Animais
TÉCNICAS ANESTÉSICAS - COMPREENDENDO AS DIFERENÇAS.
Anestesia...esse é um temor que nos ronda sempre que temos um ente querido seja humano ou animal que necessite de uma intervenção cirúrgica.Conheci esse excelente artigo de fácil compreensão através de sua publicação no site do Focinhos Gelados , escrito pela *Silvia Schultz (MV 9º Semestre), que gentilmente me deu permissão de dividi-lo com vocês.Boa leitura !
A doença em nossos animais de estimação é sempre algo que nos trás muita preocupação. Mas quando o tratamento envolve algum tipo de procedimento cirúrgico, a preocupação é ainda maior, e o medo de que algo dê errado e arrisque a vida de nosso peludo nos tira muitas noites de sono. São várias as dúvidas e incertezas em relação ao melhor momento, melhor cirurgião, técnica cirúrgica mais adequada, e principalmente, melhor forma de anestesia. Faz-se necessário então esclarecer algumas coisas a respeito disso, para que o animal passe pelo procedimento com o mínimo de riscos e o máximo de benefícios.A primeira coisa a ser considerada é tipo de procedimento que será realizado, sua complexidade e o estado geral do animal. Para ser submetido a um procedimento cirúrgico, é importante que o quadro clínico esteja o mais estável possível, pois sabemos que todo e qualquer procedimento implica em riscos (maiores ou menores) e toda droga utilizada altera em algum grau o sistema cardiorespiratório. Dessa forma, um bom exame clínico aliado a exames pré-operatórios é importante e necessário. Essa é a primeira etapa do processo, e se chama avaliação pré-operatória. Os principais exames que devem ser realizados incluem o hemograma completo, função hepática, função renal, e em alguns casos, eletrocardiograma e raio X de tórax. Isso porque a maioria dos anestésicos injetáveis tem metabolização hepática e são eliminados por via renal, além de exercerem ainda ação sobre o coração e pulmão, portanto as funções destes órgãos devem estar preservadas.
Além disso, o estado nutricional, hidratação, quadro neurológico, doenças associadas e idade são fatores considerados. Em relação à idade, este sempre foi tido como um fator limitante para que o animal pudesse ser submetido a procedimentos cirúrgicos. No entanto hoje em dia, com o avanço tecnológico e desenvolvimento de drogas anestésicas potencialmente mais seguras, inclusive cães e gatos adultos ou idosos já podem passar por cirurgias sem maiores riscos desde que estejam estáveis e em bom estado geral.
Com os resultados dos exames em mãos e determinado o quadro clínico do animal, é escolhido então o protocolo anestésico mais indicado a cada caso. Esta escolha deve ser de responsabilidade do cirurgião, pois ele analisará o caso e saberá qual o método e o protocolo anestésico mais indicado. Escolhas feitas, o animal começa a ser preparado para o procedimento cirúrgico. A primeira coisa a ser feita é a administração da medicação pré anestésica, que tem por função tranquilizar e sedar o animal para que ele possa ser manipulado (punção venosa, cateterismo, intubação, etc). Após, começará a indução anestésica propriamente dita.
Para que um animal seja considerado anestesiado e apto a sofrer o procedimento cirúrgico, ele precisa estar totalmente inconsciente, apresentar relaxamento muscular e analgesia. Existem basicamente três formas de anestesia: local, injetável e inalatória. Veremos agora cada uma delas.
- Anestesia local: utilizada em pequenos procedimentos, exames, biópsias, controle de dor aguda ou crônica. Técnica segura para animais críticos, podendo ainda ser utilizada no trans operatório em conjunto com a anestesia geral. Utilizam-se agentes que bloqueiam a condução nervosa quando aplicados localmente no tecido nervoso. O efeito é reversível, e após seu emprego há recuperação completa da condução nervosa.
- Anestesia inalatória: consiste na administração do anestésico na forma de vapor através de um tubo endotraqueal, atingindo o pulmão e de lá a circulação arterial e por fim, o córtex cerebral, onde exercerá sua ação. O grande diferencial deste método é que o anestésico chega ao cérebro em forma de vapor, possibilitando maior rapidez nas alterações anestésicas. Não ocorre metabolização hepática nem eliminação renal, o fármaco é eliminado diretamente pelas vias respiratórias.
Vantagens:
- Idade não é fator limitante
- Pronta metabolização e eliminação
- Recuperação rápida
- Custo reduzido (menos anestésico e Oxigênio)
- Controle do tempo hábil e planos anestésicos
Desvantagens:
- Requer equipamento específico
- Profissional tecnicamente preparado
Indicações:
- Pacientes Idosos
- Nefropatas
- Hepatopatas
- Cardiopatas
- Animais obesos
- Cirurgias complexas e cruentas (neoplasias, amputações entre outras)
- Anestesia injetável: nesse método o princípio ativo é injetado no paciente (por via intravenosa ou intramuscular), passa pelo sistema porta-hepático para ser metabolizado e depois alcança a circulação arterial, de onde vai até o córtex cerebral para exercer sua ação anestésica. A eliminação é, na maioria das vezes, pelo sistema renal.
Vantagens:
- Obtenção de bons planos anestésicos
- Praticidade de aplicação
- Pode ser utilizado como tratamento das intoxicações por anestésicos locais
- Dispensam aparelhagem específica
- Menor custo
Desvantagens:
- Biotransformação e recuperação tardias
- Relaxamento muscular limitado
- Carência de antagonistas específicos
- Depressão cardiorrespiratória dose-dependente
Indicações:
- Pacientes hígidos (saudáveis) e jovens (< de 7 anos)
- Procedimentos mais simples e rápidos (OSH, Orquiectomia, Laparotomia, profilaxia dentária entre outros)
- Felinos (adquirem bons planos anestésicos com anestesia injetável – dissociativa)
Conta Indicações:
- Cardiopatas, nefropatas e hepatopatas
- Pacientes idosos clínicos ou subclínicos (> 7 anos)
- Pacientes em choque
- Procedimentos muito complexos ou cruentos
- Cesarianas
- Pacientes muito debilitados
Como pudemos perceber então, não existe um método anestésico padrão, cada um terá seus prós e seus contras, assim como cada animal terá suas particularidades e em função disso deverá ser submetido ao procedimento recebendo um protocolo totalmente adaptado a ele. É importante ainda que o profissional sempre considere todos os fatores envolvidos, entre eles os custos, a viabilidade, a experiência, a saúde do animal, os exames complementares, a idade, e a partir daí decida o melhor caminho a seguir a fim de permitir um procedimento seguro e tranqüilo com uma recuperação rápida e plena.
Referências :
SOARES, André Vasconcelos – Anestésicos Locais – Anestesiologia Veterinária, UFSM, 2010
SCHIESS, Guilherme – Anestesia Local: quando e como utilizá-la? – UNESP Botucatu, 2012
POLYDORO, Alexandre da S. - Anestesia Inalatória versus Injetável: uma visão realista de suas aplicações - Laboratório Hennemann, Canoas | RS, 2012
Fonte:http://portalnossomundo.com/site/saude/anestesia.html
http://www.focinhosgelados.com.br/modules/AMS/article.php?storyid=44#.T7JXK-RhUVI.facebook
* Silvia Schultz tem uma página no Face onde escreve no nome de seu amado peludinho Leonardo Fox .SEJA GENTIL PARTILHE MAS NÃO ESQUEÇA DE DAR OS CRÉDITOS
DENISE DECHEN (http://dicaspeludas.blogspot.com.br/)
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