O rinoceronte-negro é um frequentador assíduo das zonas de transição entre as florestas e a savana, onde os arbustos espinhosos são abundantes. No entanto, nestas vastas extensões, os encontros com seus semelhantes não são frequentes. Seja como for, ele é um animal solitário, que geralmente não se preocupa em defender o seu território. O espaço vital ocupado por um indivíduo varia de 3 a 90 Km2, dependendo da quantidade de pontos de água a de arbustos espinhosos.
Na reserva do Ngorongoro, na África Oriental (Tanzânia), algumas pesquisas demonstraram que os rinocerontes-negros, apesar de seus hábitos solitários, estão organizados em grupos. Estes reúnem algumas dezenas de animais, machos e fêmeas, que utilizam os mesmos locais para beber. Os residentes conhecem-se e respeitam-se desde que as condições se mantenham estáveis. No entanto, a agressividade pode surgir no caso de super povoamento, de diminuição de recursos hídricos ou alimentares por alguma razão que implique alguma redistribuição dos espaços vitais. O território comum à totalidade do grupo ocupa em média 80 Km2, o que equivale a um círculo de 5 Km de raio, tendo ao centro um local para beber e que é marcado por todos os rinocerontes .
Pacíficos entre si, os animais do grupo tornam-se agressivos quando um macho desconhecido atravessa o território comum. Mesmo assim, as mais agressivas são as fêmeas, que, expulsam qualquer rinoceronte que se aproxime.
Mesmo quando estão no cio, o rinoceronte fêmea não se deixa apaixonar facilmente. Em geral, as primeiras tentativas por parte do macho são repelidas com violência. Uma vez o casal formado, não sem alguma dificuldade, o par permanece junto por alguns dias, às vezes algumas semanas, mas nunca por muito tempo. Os dois animais passeiam e comem juntos. Por vezes, descansam mesmo apoiados um no outro.
O acasalamento do rinoceronte-negro é tudo, menos romântico: grunhidos, cargas, marradas e corneadas, raspagem de patas no chão, defecações, jatos de urina, caracterizam o acasalamento. Este pode durar horas antes que chegue à cópula.
Observam-se poucos encontros entre machos durante as 2-8 semanas do cio da fêmea. Cada um parece saber o lugar que lhe pertence: os mais jovens e os mais fracos deixam voluntariamente o campo para os que têm mais experiência. E os raros agrupamentos de machos em torno de uma fêmea no cio nunca duram muito.
Após a época de reprodução, os rinocerontes retomam a sua vida solitária, que geralmente é passada dormitando ou mesmo dormindo durante longos períodos.
Exceto os elefantes, há poucos exemplos de destruição tão maciça e sistemática como a que foi praticada contra os rinocerontes. Nos nossos dias, os poucos sobreviventes que restam vivem sobre proteção, em reservas guardadas.
O esquema asseguir mostra a quantidade reduzida (e que diminui a cada dia) dos rinocerontes:
Os exemplares vivos registrados em 1988 correspondem a menos de em 5% dos extintos de 1970! O mais grave é que os animais são mortos unicamente por seu chifres, vendidos depois fora da África. Todas as tradições e costumes associados ao rinoceronte e aos seus produtos têm origem na Ásia. Outrora, quando os homens possuíam menos armas e a clientela era menos próspera e os rinocerontes asiáticos mais numerosos, os médicos tradicionais abasteciam-se localmente, nos vales do Ganges ou nas florestas da península indo-malaia. Com a diminuição do número dos rinocerontes asiáticos, a caça se alastrou até os rinocerontes africanos, hoje praticamente dizimados.