ECOA recomenda suspensão do Bulldog na Festa de Barretos
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ECOA recomenda suspensão do Bulldog na Festa de Barretos



ECOA recomenda suspensão do Bulldog na Festa de Barretos
Professor Orivaldo Tenório de Vasconcelos
Tininho Júnior
 
 
O ECOA (Centro de Estudos do Comportamento Animal) recomenda que a associação Os Independentes suspenda a realização da prova do Bulldog durante a Festa do Peão. A orientação é do professor Orivaldo Tenório de Vasconcelos, baseada no incidente ocorrido na festa do ano passado, em que um bezerro teve que ser sacrificado após acidente durante a prova.

O presidente de Os Independentes, Hugo Resende, afirma que decisão sobre a realização da prova será tomada somente no mês de agosto.  Em entrevista, o professor Tenório fala a função do ECOA e expectativas com o rodeio. Acompanhe os principais trechos:

ECOA
Professor Tenório está na expectativa de inauguração de um prédio, nas dependências do Parque do Peão, que será sede da entidade. “Deve haver uma sala de aula, pois as universidades solicitam que os alunos conheçam sobre o rodeio, e também oficinas”, observa. Tenório explica que começou a estudar o rodeio com dois principais objetivos: criar um novo campo de trabalho para o médico veterinário e que exista profissional capacitado para fiscalização dos animais de rodeio. “O veterinário no Brasil ainda não está preparado para fiscalizar o rodeio”, comenta. O professor Tenório pretende relacionar o ECOA com a Secretaria Estadual de Agricultura, de modo que o veterinário deverá fazer cursos de fiscalização e ter  “poder de polícia”.

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Intercâmbio
O professor está em constante troca de conhecimentos com diversas autoridades do rodeio no mundo. Dia 8 de julho irá para um congresso de bem estar animal em Montevidéu (URU) onde se encontrará com a doutora Temple Grandin, especialista no estudo de comportamento animal da Universidade do Colorado. “Ela é uma pessoa sistemática, autista, e quando vai conversar com alguém também quer aprender”, destaca.

Relação ECOA com Os Independentes
Ele avalia que essa relação não está bem definida. Ele diz que foi feita uma reunião há 2 anos para fundação oficial do ECOA e criação um CNPJ, mas nada caminhou. “O contrato que existe entre o ECOA e a Funep (Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Extensão -Unesp de Jaboticabal) é através da entidade Os Independentes, que tem CNPJ”, observa. O professor avalia que é importante criar um CNPJ para que o ECOA seja um órgão independente administrativamente e também em termos de conduta. “A minha intenção é que o centro seja um posto avançado da Unesp”, completa.

Relação ECOA com outras Festas de Peão
O ECOA tem a função de recomendar aspectos do rodeio apenas para a associação Os Independentes. O que fazem em outros rodeios não compete a mim, aponta Tenório. “Há uma tendência que outros rodeios sigam as orientações”, comenta. Tenório observa que quando os competidores se encontram em Barretos, durante o mês de agosto, vale a regra local. “Ainda estamos numa fase de educação”, diz. A atenção é, entre outras coisas, a respeito do tipo de espora utilizada pelo peão nas montarias e o material usado para guiar a boiada.

Prova do Laço
Os estudos do ECOA mostram que não deve ser realizada a prova do laço, pois agride o animal. “Isso é demonstrado cientificamente”, observa. Ele explica que ocorre a agressão porque pode causar subluxação de vértebra cervical no animal, e quando se joga o bezerro no chão, pode haver deslocamento de vísceras, e órgãos internos. “Após amarrar o pé, a pesquisa mostrou que o cavalo arrasta o bezerro por cerca de 4 metros, ajoelhado com o peso competidor, pode quebrar o pescoço”, comenta.  O que for comprovado que não agride através de estudo, o clube promove.

Sedém
“Os estudos de Os Independentes começaram porque no ano de 2002 foi fornecido à Promotoria Pública da capital um ofício da Universidade de São Paulo dizendo que sedém provocava dor, então fui nomeado pela Unesp para fazer este estudo com um grupo de professores que comprovou que o sedém não causa dor ”, comenta. Tenório explica que o trabalho publicado em revista científica foi sobre touro, e por estratificação não foi preciso fazer o mesmo estudo com o cavalo. No entanto, o professor explica que está promovendo estudo para os próximos dois anos para que seja erradicado o uso do sedém. “As entidades protetoras de animais têm 20% de diretores sérios e os outros 80% dos membros vivem disso”, observa.

Bulldog
Professor Tenório afirma que, durante 25 anos de realização da prova do Bulldog em Barretos, nunca tinha visto quebrar o pescoço de um bezerro. “O caso do ano passado não ocorreu devido a prova, mas do praticante”, comenta. No laudo do professor feito para a justiça, foi apresentado que o bezerro deitou do lado errado, e quando isso ocorre é preciso parar a prova, o que não foi feito. O professor observa que nos Estados Unidos é comum que se quebre o pescoço do bezerro, porque lá o bulldog é extremamente profissional. “Os praticantes são fortes, e não torcem o pescoço do animal, mas flexionam, porém acabam quebrando porque essa flexão é abrupta”, aponta. Já no Brasil  Tenório observa que os competidores não são tão fortes. “No momento é difícil acontecer de novo, mas se continuar a prova o prêmio vai aumentando os riscos, pois os competidores vão começar a se preparar fisicamente e vãos surgir os problemas de fraturar pescoço”, observa. Na avaliação de Tenório, a associação Os Independentes deveria suspender a prova, para que seja feito estudos. “Se não parar agora vamos ter que parar num futuro próximo”, aponta. Tenório explica que pretende estudar como alternativa para a prova a utilização de um apito por parte do juiz. “Não sei se dá tempo do competidor ouvir e parar a prova para não causar risco ao animal”, comenta. Tenório diz que é preciso estudar, e para essa Festa do Peão não há tempo.

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